A discussão é sem dúvida antiga e penso que cada vez mais se chega a uma grande conclusão. As relações sexuais antes da competição não afetam decerto o rendimento do atleta.

Podemos afirmar com toda a certeza que toda esta discussão gira à volta de uma hormona (testosterona) e de um grande conceito social intimamente ligado ao homem, a agressividade.

Para que possamos perceber se “Ter relações sexuais prejudica a performance do atleta” o que para mim é cada vez mais um mito e cada vez menos uma verdade científica, temos de saber algumas coisas sobre o seu processo neuro químico.

Sabendo então que a testosterona é uma hormona que existe tanto no homem como na mulher e que tem uma influência na sua biologia. No homem esta hormona é produzida nos testículos (e talvez por isso, esta grande discussão à volta do atleta masculino) e na mulher é produzida nos ovários, também é produzida pelas glândulas supra-renais, muito embora seja em menor quantidade.

Esta hormona apresenta duas funções básicas com características bem diferentes: uma função anabólica e outra androgénica.

Pela ação anabólica a testosterona vai atuar essencialmente nas zonas de crescimento dos ossos assim como influenciar o desenvolvimento de todos os órgãos do corpo humano. Por exemplo quando falamos de doping, seja na mulher ou no homem, este doping tem por base derivados sintéticos da testosterona os chamados esteroides anabólicos. O que mais uma vez remete para o pensamento, grandes concentrações de testosterona, mais agressividade e masculinidade.

Sabemos ainda que as grandes concentrações de testosterona, produzem a hormona do stresse o cortisol, responsável pela destruição dos músculos. Podemos então concluir que ter relações sexuais antes da competição não prejudicam o rendimento do atleta, desde que estas relações não o destabilizem emocionalmente e que não estejam associados a outras coisas como álcool, poucas horas de sono, alimentação…. Se for uma relação dentro do padrão da normalidade até pode ser bastante benéfico.

O pensamento social é de que para se ter boa performance é preciso ter-se agressividade (grandes concentrações de testosterona), na realidade isto é mais um mito do que uma verdade.

Ricardo Cardoso – Psicólogo