Futebol Distrital de Leiria – Em ano de regresso ao futebol sénior, o AC Carnide garantiu um lugar nas seis melhores equipas da 1,ªDivisão Distrital. Estavas à espera de uma época tão boa?
Márcio Martins – Quando pensamos em realizar o projecto AC Carnide pegamos na formação e juntamos mais alguns jogadores de fora com a ideia de tentar fazer o melhor, e de ano para ano ir melhorando, mas à medida que o campeonato ia decorrendo fomos reparando que era possível atingir os primeiros lugares. Tinhamos uma equipa unida e enquanto muitas equipas ainda procuravam o seu entrosamento,  o AC Carnide já estava no seu melhor e foi acumulando pontos que nos colocaram na segunda fase. Claro que não posso deixar de enaltecer o nosso publico, eles tiveram uma parte do nosso sucesso, nunca nos abandonaram e foram sempre um apoio fenomenal.

FDL – Quem viu de fora alguns jogos da AC Carnide, principalmente na fase final, ficou com a ideia que a equipa tinha qualidade, mas faltava experiência. Concordas com esta análise?
MM – Claramente, também é essa a analise que faço à minha equipa.  Na segunda fase, fomos bons, jogamos contra os melhores, algumas equipas na segunda fase tinham estaleca para estar na Divisão de Honra,  pela qualidade que apresentaram. Fizemos excelente jogos, praticamos bom futebol (que era isso que impunha aos meus jovens jogadores), fazíamos golos, mas na altura de defender não éramos consistentes, e aí notou-se muito a falta de experiência. Mas saímos de cabeça erguida da segunda fase, sem pontos é correcto, mas quem quis ganhar ao Carnide teve de suar, e prova disso foram os 8 jogos que perdemos por um golo, e em cinco deles nos últimos 10 minutos de jogo, onde o coração falava mais alto e falhávamos muito defensivamente.

FDL – A um nível geral, que balanço fazes do campeonato. Achas que subiram as equipas mais fortes?
MM – Na minha opinião foram as que melhor futebol apresentaram na segunda fase, as que tinham mais qualidade em qualquer sector do campo. GD Alvaiázere e GD “Os Vidreiros” eram claramente as equipas mais fortes, mas a AD Figueiró dos Vinhos, que acabou de só subir na ultima jornada, pelo futebol que vinham a apresentar,  mereciam ter subido mais cedo.

mÁRCIO mARTINS

FDL – E quanto ao modelo da competição, que muitas pessoas criticam. Concordas com o actual modelo, com uma fase final e um grupo B, ou preferias outro modelo?
MM – Este modelo apresentado pela AF Leiria não deixa de ser bom, uma vez que evita grandes deslocações na primeira fase , o que é sempre muito dispendioso para os clubes. Por outro lado, com a quantidade de equipas inscritas nunca daria para um campeonato de um só grupo, pelo que na minha opinião,  este modelo acaba por ser o melhor. Claro que o Grupo B muitas vezes se torna ingrato para as equipas que chegam a essa fase, ficam desmotivadas, mas acho que não tem de ser assim, temos de dar valor a todas as competição que entramos numa época.

FDL – Vais continuar no AC Carnide na próxima temporada e com que objectivos?
MM – Sim vou continuar, chegamos a acordo, vimos os pontos a melhorar,  de forma a sermos mais competitivos. Somos um clube com poucos recursos financeiros e então temos de optar por outros caminhos, e esses caminhos serão sempre o de tentar dar o melhor aos jogadores.
Vou continuar com o objectivo de ter uma equipa jovem, claro que muitas vezes tornasse difícil trabalhar com jovens, pois são irreverentes, com sangue quente, e que gosta de saídas à noite, e de procurar o convívio com amigos e namoradas, mas irei sempre procurar o melhor deles, ajuda-los a crescer como homens e jogadores. Poder ajuda-los no futebol para que possam um dia chegar a equipas do Nacional e que ganhem bom dinheiro é o que me enche de orgulho. Objectivamente vamos tentar repetir o que aconteceu este ano, senão for possível,  iremos continuar estáveis e de cabeça erguida. O projecto Carnide é de em  4/5 ano podermos chegar à Divisão de Honra. Queremos lá chegar com bases sólidas e sem exageros financeiros (que muitas vezes destroem clubes pequenos). Possivelmente não irei perder jogadores, e se isso acontecer o primeiro trabalho de um treinador está feito, unir uma equipa, o resto é trabalho semanal e luta Domingo a Domingo, jornada a jornada para conseguir sempre o melhor.