Num encontro aguardado com alguma expectativa, face ao regresso aos Pousos de alguns ex-jogadores e ao lugar que ambas as equipas ocupam na tabela, a verdade é que se assistiu a um fraco espectáculo de futebol, em que apenas Rica, num lance de qualidade, deu uma ‘sapatada’, efémera, no marasmo que se viveu na fria tarde de domingo.
Na primeira parte, os donos da casa tiveram sempre sinal mais, com registo apenas para três lances dignos de realce, um deles numa boa iniciativa individual de Danny Marques que culminou num remate forte para uma boa defesa de Caio (19’).
Ao minuto 45, e após um longo período de muitos passes falhados e jogadas sem princípio meio e fim, o mesmo Danny (o mais inconformado do GRAP) teve nova chance, ao cabecear ligeiramente para fora, depois da sua equipa ter recuperado uma bola a meio-campo.
Por fim, e na resposta, na primeira investida com verdadeiro perigo à baliza contrária, a jogada que decidiu o desafio: Boris ganhou uma disputa de bola com Rodrigo na zona central, endossou para Rica e este, num momento de inspiração, tirou três adversários do caminho, Mocheco inclusive, para depois encostar para o fundo da baliza. Belo golo, naquele que foi um oásis num deserto de ideias, em que duas equipas, apesar de terem bons valores individuais, conseguiram a proeza de fazerem 45 minutos paupérrimos.
No reatamento, a qualidade de jogo melhorou, o que também não era difícil, com os anfitriões a correrem atrás do prejuízo, mas do outro lado encontraram um adversário bem organizado defensivamente, que defendia sempre atrás da linha da bola e só ao minuto 60 o GRAP criou uma jogada de perigo, quando Danny, mais uma vez, teve uma boa arrancada, mas Caio foi muito lesto a sair dos postes e anulou as intenções do extremo.
Do lado contrário, grande jogada colectiva, com Bruno Cepeda a lançar o avançado Rodrigo, mas Mocheco mostrou-se a grande altura, e com uma mancha, efectuou magnifica intervenção.
Na resposta, Mantorras esteve perto da igualdade, mas o seu cabeceamento a cruzamento da direita saiu a centímetros acima da baliza (72’). No minuto seguinte foi Migas, na sequência de pontapé de canto, a ter o mesmo desidrato.
Com a expulsão de Elton do lado do Portomosense, a pressão do GRAP acentuou-se, mas os espaços concedidos pelos visitantes eram poucos e Caio mostrava-se sempre seguro nos escassos remates efectuados pelo adversário.
E foi uma falha de Nicolas à saída da sua grande área que ia custando caro ao Portomosense, mas Cédric, bem posicionado, atirou para fora quando poderia ter feito muito melhor, na última e melhor oportunidade de golo de todo o encontro.
Jogo pobre, em que o resultado se aceita pela coesão da formação que viajou de Porto Mós, mas o empate também se aceitaria se tivermos em conta as oportunidades criadas, perante uma arbitragem de fraquíssimo nível.|

GRAP 0
Mocheco, Lagoa, Migas, Lomba (c), Lucas (Vieirinha, int.), Fábio Pedro (Benny, 71’), Caio Prado, Rodrigo (Mantorras, int.), Alexandre Cruz, Danny Marques e Cédric.
Não jogaram: Renato, Mbala, Pedro Santos e Diogo.
Treinador: Carlos Ribeiro.

AD Portomosense 1
Caio, Nicolas, Farruba, Carlos Cruz, João Faustino, Elton, Boris, Bruno Cepeda (Testas, 77′), Rica, André Amaro (José Sousa, 69′) e Rodrigo (Lote, 88′).
Não jogaram: Filipe, Daniel e Diogo Dinis.
Treinador: Miguel Pinto.

Campo da Charneca, Pousos
Árbitro: José Agostinho. Assistentes: Ricardo Nobre e Marco Marques.
Espectadores: 220. Ao intervalo: 0-1.
Golos: 0-1 Rica (44’).
Disciplina: Amarelo a Elton (27’e 66’), Nicolas (39’), Vieirinha (49′), Fábio Pedro (52’), Boris (61’), André Amaro (68’), Alexandre Cruz (77’), Rodrigo (78’), Testas (82’), Caio (90+1’), José Sousa (90+2’). Vermelho por acumulação a Elton (66’).

Texto e foto: Fábio Osório – Diário de Leiria