A UD Leiria arrancou uma vitória (2-0) sofrida diante do penúltimo classificado, já que os golos só apareceram nos últimos minutos para alívio dos jogadores e adeptos. Com menos um homem desde os 19 minutos, o Alcaíns construiu uma autêntica muralha à frente da sua baliza e perante uma UD Leiria sem arte e engenho para conquistar o seu castelo, o escândalo chegou a pairar no Magalhães Pessoa.
O jogo começou entretido, com ambas as equipas a jogarem a toda a largura e sem complexos. Apesar da posição que ocupa na tabela, o Alcaíns jogou de forma descomplexada em Leiria, surpreendendo os homens da casa.
Ainda assim, só a UD Leiria conseguia criar lances de relativo perigo. Como foi o caso quando Onyeka, lançado em profundidade, apareceu isolado, mas foi carregado em falta fora da área por João Gomes, com o árbitro a mostrar o vermelho directo ao guarda-redes visitante. Este lance acabou por mudar a feição do jogo já que o Alcaíns viu-se ‘obrigado’ a fechar-se no seu meio-campo, pelo que o jogo passou a ser de sentido único. Ainda assim, a UD Leiria só conseguiu criar real perigo numa transição rápida em que Carlos Daniel rematou cruzado, mas ao lado quando podia ter feito bem melhor. Até ao intervalo, o melhor que a UD Leiria conseguiu fazer foi um remate de longe de Pepo que passou perto do alvo.
A segunda parte foi mais do mesmo. O Alcaíns instalado no seu meio-campo defensivo e a UD Leiria a tentar por todos os meios furar a muralha defensiva contrária, mas a verdade é que os leirienses tardavam em acertar no alvo.
Muita posse de bola, muita variação de flanco, alguma parcimónia no remate, mas o melhor que os leirienses conseguiram foi um remate forte de Caminata para defesa apertada de Fábio, e remates de Ulisses, Pepo e Carlos Daniel que falharam o alvo por pouco.
Foi a três minutos do fim que o resultado ficou desbloquea­do, na sequência de um canto, em que Ulisses ganhou um ressalto dentro da área e rematou cruzado para o fundo das redes provocando um autêntico suspiro de alívio e alegria no seio dos adeptos da casa.
Pouco depois, no período de compensação, numa altura em que o Alcaíns tinha subido as suas linhas para arrancar um pontinho de Leiria, eis que numa transição ofensiva Onyeka ganhou na raça a um adversário directo e, na cara de Fábio, atirou colocado para o 2-0 final, estreando a marcar com o castelo de Leiria ao peito.
Arbitragem algo irregular do árbitro de Lisboa. Benefício da dúvida nos lances mais difíceis de analisar. |

UD Leiria 2
Wilson (c), João Dias (Nikolaesh, 58′), João Miguel, Nailson, Tiago Cerveira, Leonel Olímpio (Fabrice Kah, 58′), Ulisses Oliveira, Pepo, João Caminata (Renato, 89′), Carlos Daniel, Onyeka.
Não jogaram: Ricardo Campos, Rukas, Denis, Helinho.
Treinador: Filipe Cândido.

CD Alcaíns 0
João Gomes, Alex, Nuno Ramos, Sunday, Kaba, Abudu, Fábio Sousa (c), Miguel (Fábio, 22′), Peter (Samuel, 71′), Landry, Iago (Yero, 61′).
Não jogaram: Edema, Igor.
Treinador: Nuno Dâmaso.

Estádio Municipal de Leiria
Árbitro: Bruno Rebocho (AF Lisboa).
Assistentes: Vítor Aires e Cláudio Correia.
Espectadores: 1.000.
Ao intervalo: 0-0.
Golos: 1-0 Ulisses (87′), 2-0 Onyeka (90+4′).
Disciplina: Amarelo a Leonel Olímpio (15′). Vermelho directo a João Gomes (19′).

Texto: José Roque
Foto: Luis Filipe Coito