Os ânimos ficaram exaltados no final do jogo entre o Portomosense e o GRAP (2-3) a contar para a Divisão de Honra Distrital, com os jogadores, treinadores e adeptos a envolverem-se em cenas lamentáveis com troca de empurrões e agressões verbais, que obrigaram a intervenção da GNR que estava no local.
Tudo aconteceu após o apito final do árbitro André Moreira com os jogadores e equipa técnica do GRAP a comemorarem efusivamente a conquista de três importantes pontos. Uma situação que não foi bem vista por alguns atletas do Portomosense, originando a confusão total em cima do relvado, com adeptos a entrarem no recinto de jogo.
“Os ânimos estavam exaltados e houve excessos dos dois lados. Estávamos a comemorar quando eles [jogadores do Portomosense] vieram para cima de nós”, acusou o presidente do GRAP, Carlos Martins. O responsável disse ainda que vai tentar saber ao pormenor o que aconteceu para depois reunir com a Associação de Futebol de Leiria para que se tomem medidas. “O que vi foi o treinador do Portomosense, que já tinha sido expulso, a correr em direcção ao banco do GRAP para bater num jogador nosso ainda durante o jogo. Mas o presidente do Portomosense já me ligou a pedir desculpas e o clube não deve ser castigado por atitudes irrefletidas de duas ou três pessoas”, sublinhou Carlos Martins.
Do lado do Portomosense, o presidente do clube, Luís Costa, lamenta toda a situação. “Obviamente que lamento tudo isto já que estamos a falar de um simples jogo de futebol. Muita gente fala do que se passou, mas não dá para ter bem a percepção do que aconteceu. Houve provocações e empurrões, inclusivamente, entrei em campo para demover os atletas e adeptos envolvidos mas são situações que o futebol origina a quente”, frisou. Em relação aos possíveis castigos a aplicar ao Portomosense, Luís Costa mostra-se tranquilo e diz esperar pelo relatório do árbitro e do parecer do Conselho de Disciplina.

Carga policial deixou marcas

O tumulto no final do jogo deixou marcas, nomeadamente nos jogadores do GRAP. Mocheco, guarda-redes da equipa dos Pousos, foi vítima de duas bastonadas por parte de um agente da GNR que o deixou com marcas nas nádegas. “Deram-me duas vezes com o cassetete, algo que não estava nada à espera muito menos que a polícia actuasse sobre os jogadores. Também o Ricardo Pontes levou uma bastonada no joelho”, confessou Mocheco.
O atleta diz que ainda pensou em fazer queixa mas desistiu da ideia. “Não faço queixa porque sei que não vai dar em nada”, disse. Em relação ao que sucedeu, Mocheco explica que os jogadores do Portomosense “perderam a cabeça” e “queriam bater no Pedro Solá [treinador do GRAP] que limitou-se a festejar a vitória”, concluiu.
José Roque (Diário de Leiria)
Foto: Rodolfo Deyllot