A equipa de futebol do GD Nazarenos, no escalão de juniores, viveu momentos de grande aflição na tarde de sábado, em Peniche, após ter jogado contra a equipa local já que a carrinha em que se deslocava a comitiva nazarena terá sido apedrejada por um grupo de jovens, onde se encontravam jogadores do GD Peniche que tinham acabado de disputar o jogo.

O jogo decorreu com toda a normalidade, sem incidentes de maior, mas o pior estava para acontecer após o apito final quando a formação da Nazaré já se preparava para regressar a casa. “Fomos avisados por um funcionário do Peniche que a polícia queria acompanhar-nos porque era costume estar um bando de vândalos à espera das equipas. Quando vamos para ir embora um carro da polícia procura os indivíduos e como não encontraram seguimos em frente. É então que, depois de uma rotunda, vi o grupo e acelerei a carrinha porque vi pedras nas mãos dos indivíduos mas já estava tudo armadilhado porque as raparigas que estavam com eles correram para a passadeira e fui obrigado a parar”, contou Paulo Brites, treinador dos juniores do GD Nazarenos e, na circunstância, motorista da carrinha. Foi a partir daqui que começou a “chover uma quantidade de pedras em cima da carrinha que por milagre não atingiu ninguém”, tendo o veículo que pertence à Junta de Freguesia da Nazaré ficado com marcas visíveis das pedradas.

Entretanto, a polícia apercebeu-se do aparato da situação, o que provocou a fuga do grupo de agressores, mas ainda assim os elementos da equipa nazarena conseguiram identificar dois jogadores da formação penichense, tendo sido feita a participação junto da PSP.

“Foram momentos de medo e de receio por pensar que pudesse acontecer algo mais grave. Isto é puro vandalismo. Poderia a esta hora estar a relatar uma morte de alguém por apedrejamento”, lamentou Paulo Brites, acrescentando que o incidente “nada tem a ver com o GD Peniche” já que foram “bem tratados” pelos elementos e responsáveis do clube.

Contactado pelo Diário de Leiria, o presidente do GD Peniche, João Viola, condenou os actos de violência e garantiu que um dos jogadores identificados já foi afastado de todas as actividades no clube. “Condenamos e lamentamos sempre actos de violência no desporto. Este tipo de comportamento não faz parte da formação que queremos dar aos nossos atletas, mas há coisas que por vezes saem do nosso controlo”, vincou.

Apesar de ter tomado conta dos incidentes, João Viola garante ainda não ter sido informado por parte do GD Nazarenos, da PSP ou da Associação de Futebol de Leiria, pelo que vai aguardar por alguma notificação. Seja como for, o responsável assegura que um dos jogadores em questão, que recebeu inclusivamente ordem de expulsão durante o jogo, está proibido de entrar nas instalações do clube. “Foi expulso, não se portou bem quando foi para os balneários e ainda esteve envolvido no apedrejamento. Não podemos compactuar com isso”, sublinhou.

Rivalidade antiga
GD Nazarenos e GD Peniche são dois históricos do futebol distrital. Históricos são também os confrontos algo quezilentos entre estes dois emblemas e não é preciso recuar muito tempo para aferi-lo, conforme conta João Viola. “Na Nazaré as coisas são como são. Há pouco tempo os nossos sub-13 foram lá jogar e fomos maltratados, ofendidos e só conseguimos sair de lá com escolta policial. Com os iniciados, para a Taça distrital, num jogo disputado à noite, também fomos maltratados. É claro que os miúdos falam entre eles através do facebook, conhecem-se todos e depois dá nisto”, contou o presidente dos penichenses, fazendo alusão ao apedrejamento que ocorreu em Peniche.

Texto: José Roque – Diário de Leiria