Pela experiência profissional na área da Medicina Desportiva e, sobretudo no meio futebolístico não é possível afirmar com exatidão qual a lesão mais prevalente. Porquê?
É certo que pegando numa amostra populacional e num período de tempo é possível aplicar um estudo e chegar a resultados que nos indicam qual a lesão mais frequente. Mas tendo em conta que são vários os fatores externos e internos com extrema influência numa lesão, teríamos que os englobar quase todos no mesmo estudo o que é algo não impossível, mas difícil.
Estou a falar de fatores internos como a postura do jogador, as medidas antropométricas, a nutrição, a preparação física, o repouso, fadiga, etc, que influenciam de forma particular cada jogador.
Por outro lado, temos fatores externos como o calçado, o piso (natural ou sintético), o estado do piso, as condições climatéricas, o contacto direto com adversários, posição do jogador, nível desportivo (amador ou elite), etc., que manipulam o tipo e frequência de lesão.
É certo que o membro inferior é a região mais acometida, com as lesões musculares a surgirem com mais preponderância nos adutores da coxa. Mas este fator deve-se ao gesto técnico a que a modalidade obriga, contudo também podemos ter lesão dos isquiotibiais com elevada frequência quando estamos perante jogadores com encurtamento muscular da cadeia posterior.
O trauma é o mecanismo lesional mais frequente podendo atingir várias regiões do corpo, desde a tibiotársica, joelho, punho ou ombro.
No que diz respeito à distribuição temporal, é no primeiro trimestre que ocorrem em maior número pela readaptação à intensidade de treino (pré-época) e maior exigência de carga física.
As lesões nas últimas semanas da época são marcadas pela fadiga.
Carla Santos – Fisioterapeuta