A Academia do Sporting da Marinha Grande e a turma de Areco/Coto empataram a uma bola num jogo que, por um lado, premeia o rigor defensivo da equipa das Caldas que foi ganhar um precioso ponto à Marinha Grande e, por outro, castiga os leões que, apesar da superioridade demonstrada ao longo dos 90 minutos, não concretizaram as oportunidades criadas, pelo que devem a si próprios o facto de não terem ganho o desafio.

A equipa da casa entrou bem no jogo, nunca desistiu de atacar mas foi insensível ao aproveitar das circunstâncias para decidir o jogo nos minutos iniciais. Faltou aos verde e brancos a atitude felina de aproveitar as fragilidades do antagonista de forma a não lhe dar hipóteses de recuperar. A equipa da casa foi dócil com as fraquezas do adversário e agiu como se estivesse a ganhar.

De repente a equipa de Filipe Silva cresceu e foi criando brechas no último reduto da Academia e aproximou-se da baliza de Paulo Cerva, que efectuou a primeira defesa digna desse nome no final da primeira parte, a responder a uma grande penalidade com a qual, na recarga, David Marques inaugurou o marcador.

Foi quando os jogadores de Joaquim Trindade perceberam que estavam à mercê de um golpe fortuito para verem anulada a sua supremacia.

Na segunda parte a equipa do Coto reorganizou-se, povoou o meio campo e melhorou a sua prestação, conseguindo agora um maior equilíbrio no jogo. Nesta fase a equipa nunca abdicou da ideia ofensiva e dividiu mais a posse de bola.

Insatisfeita com o resultado, a equipa da casa melhorou a capacidade em recuperar a bola com muita rapidez, quase sempre em zonas adiantadas, onde mais condicionava o desenvolvimento do futebol adversário. André Limpinho veio reforçar o poder ofensivo na segunda parte e aos setenta minutos, após remate ao poste esquerdo da baliza de Guilherme Pessoa, foi expulso com um duplo amarelo.

Apesar de reduzida a 10 jogadores, a equipa da EAS voltou a crescer e previa-se o golo do empate a qualquer momento, que chegou, através de Junio, jogador que, acabado de entrar, repôs a igualdade.

Com 15 minutos para jogar e o jogo ‘partido’, a equipa da EAS mostrou que ainda ia a tempo de discutir a vitória, empolgou-se, empurrou o adversário mas não chegou ao segundo golo.

Não foi a primeira vez nesta temporada que os Leões entraram a todo o gás e acabaram por não ganhar. Mas a organização defensiva e o espírito de sacrifício dos forasteiros, mais afoitos no segundo tempo, demonstraram que queriam discutir o resultado e a incerteza foi aumentando até ao final.

Paulo Leitão conseguiu uma arbitragem serena mas teve critérios disciplinares e técnicos pouco uniformes. A equipa da EAS tem maiores razões de queixa.|

EAS Marinha grande 1
Paulo Cerva, Paulo Silva, Gonçalo Vicente (c), Marcelo Gil (Ivo Silverio 52′), Rafael Flor (André Limpinho 45′), Vitorino (Junior 52′), Gui Serrão, Rafael Teixeira, João Coutinho, Pedro Rodrigues e Marcos Cabral.
Não jogaram: João Tavares, José Luís.
Treinador: Joaquim Trindade.

ACR Coto 1
Guilherme Pessoa, David Saramago, Rodrigo Oliveira, Arlyson Michael, Henrique Miguel, David Marques, Diogo Silva (Vitor Esteves 80′), Claudio Gama (Jorge Cipriano 69′), Paulo Vieira (Ruben Silva 69′), Paulo Mota, Gimeraldo Ussila.
Não jogaram: Diogo Faustino, Rodrigo Almeida, Augusto Santos, Diogo Sábio.
Treinador: Filipe Silva.

Campo do Tojal, Picassinos
Árbitro: Paulo Leitão.
Assistentes: Rúben Anjos e Joana Rodrigues.
Espectadores: 90.
Ao intervalo: 0-1.
Golos: 0-1 David Marques (45′), 1-1 Junior (76′).
Disciplina: Cartão Amarelo a Paulo Mota (33’), André Limpinho (69′) e (70′), Junior (81′), Gui Serrão (90’+2′).

Texto: Paulo Daniel – Diário de Leiria
Foto: Carla Major