Foi uma tarde de domingo negra aquela que assolou os Pousos, que mantinham o sonho de permanecer na prova Rainha do nosso País, mas foram vergados por uma derrota por quatro bolas a duas, fruto de uma primeira parte onde nada saio bem ao conjunto da casa, contrastando com a eficácia da formação que viajou de Santiago de Cacém, onde teve no avançado Amândio, o seu maior protagonista.
O encontro começou com sinal mais dos anfitriões mas, na primeira investida dos forasteiros, originou um livre directo, onde Amândio até executou bastante mal, mas num ressalto de bola, esta acabou por lhe parar aos pés e, no cara-a-cara com Mocheco, não teve dificuldade em abrir o activo.
O GRAP não baixou os braços e foi à procura da igualdade, mas num lance que suscitou muitas dúvidas, não só no relvado como na bancada (bem composta, diga-se) surgiu o 0-2, com Amândio novamente a aparecer completamente isolado perante Mocheco que, com tranquilidade, aumentou o marcador para duas bolas.
A formação local sentiu este golpe e o terceiro não demorou muito. Passados somente 3’, já o avançado Amândio fazia o seu hat-trick, ao aproveitar uma falha de Lomba para, mais uma vez, se isolar e com um remate colocado bater friamente o desamparado Moche­co. Era o desânimo nas bancadas dos simpatizantes dos Pousos.
Vieirinha, ao minuto 35, esteve perto de reduzir a desvantagem, depois de uma bela jogada colectiva, mas a sua finalização foi deficiente.
O ambiente pior ficou quan­do, ao minuto 38, e onde a defensiva visitada não fica isenta de culpas, ao ter nova desatenção, permitiu que Vítor Reste ficasse isolado e à saída de Mocheco aumentou o marcador para 0-4, sem que este nada pudesse fazer.
Os comandados de ‘Tocha’, mesmo com uma diferença tão grande no marcador, não viraram a cara à luta e Migas, na resposta e na sequência de um lançamento longo da linha lateral, viu um defensor contrário a cortar o seu cabeceamento em cima da linha de golo.

A melhor oportunidade desta primeira parte foi já no período de compensação, quando o guarda-redes contrário fez falta para grande penalidade sobre Danny. Na conversão do castigo máximo, Alexandre Cruz permitiu a defesa de Vítor Rodrigues, que assim compensou a falta cometida. 0-4, resultado que se registava ao intervalo, que castigava a inoperância e falhas defensivas da turma da casa, que não souberam lidar com a velocidade e eficácia do seu opositor.
Na segunda etapa, o GRAP, ferido no seu orgulho, entrou a todo o gás e 6’ após o reatamento, um livre lateral apontado por Vieirinha (um dos mais inconformados) com lagoa em salto de peixe a reduzir para 1-4 e a devolver alguma esperança, para chegarem a um resultado positivo.
Dois minutos volvidos, Caio Prado também esteve muito perto de reduzir, mas mais uma vez um defensor adversário cortou em cima da linha de golo.
Alexandre Cruz teve nova grande oportunidade nos pés, ao ser isolado com um excelente passe de Mantorras, mas diante do guardião contrário falhou incrivelmente, atirando ao lado, quando podia e devia fazer muito melhor.
Depois foi o próprio Mantorras, numa bela iniciativa individual sob a meia esquerda, a atirar ligeiramente por cima da baliza.Os visitantes, menos audazes no ataque, iam explorando os poucos espaços concedidos e numa dessas situações, Vítor Reste proporcionou a defesa da tarde a Mocheco.
E foi novamente de bola parada que os donos a casa voltariam a chegar ao golo, com Cédric a saltar mais alto que toda a gente e cabeceou para o fundo da baliza (2-4). Um tento que já se justificava fase à supremacia evidenciada ao longo de toda a segunda parte.
Num último suspiro, Migas voltou a ter nova chance de go­lo mas o seu cabeceamento foi devolvido pela trave.
Pouco depois o árbitro deu por terminada a partida, onde o GRAP diz adeus à Taça de Portugal, numa prova onde dignificou o emblema, mas que ficou sentenciada por uma primeira parte para esquecer, diante um U. Santiago que jogou no erro do adversário e aproveitou esses mesmo erros para se pôr numa posição confortável, perante uma arbitragem regular, com o beneficio de dúvida no lance que originou o 0-2. |

GRAP 2
Mocheco, Lagoa, Migas, Lomba (c) (Mantorras, 34′), Lucas, Fábio Pedro (Benny, 76′), Caio Prado, Alexandre Cruz (Diogo, 76′), Vieirinha, Danny e Cedric.
Não jogaram: Fábio Martins, Juninho e Rodrigo.
Treinador: ‘Tocha’.

U. Santiago 4
Vítor Rodrigues, Edmilson (Tiago Madeira, 84′), Alex Gonçalves, Etiene, Alex Couto, Bruno Tabaluxa, João Raposo (c) (Ruan carlos, 71′), Mauro Fernando (Bernardo Marques, 60′), Nuno Borges, Vítor Reste e Amândio.
Não jogaram: João Correia, Rodrigo, Simão Silva e Tiago Lopes.
Treinador: Pedro Duarte.

Campo da Charneca, Pousos.
Árbitro: Rui Mendes (AF Santarém).
Assistentes: Afonso Silveira e Adriano Sousa.
Espectadores: 550.
Ao intervalo: 0-4.
Golos: 0-1 Amândio (7′), 0-2 Amândio (21′), 0-3 Amândio (24′), 0-4 Vítor Reste (38′), 1-4 Lagoa (51′), 2-4 Cédric (77′).
Disciplina: Amarelo a Vieirinha (45+1′), Nuno Borges (53`).

Texto e foto: Fábio Osório – Diário de Leiria