Num ano dominado pelo AC Marinhense – venceu os três troféus em disputa – a eleição do melhor onze da Divisão de Honra fica obviamente condicionada pela supremacia evidenciada pelos homens da Marinha Grande não só ao nível colectivo, mas também a nível individual. Nesse sentido, o melhor onze eleito pelo Diário de Leiria conta com cinco jogadores do Marinhense, contando-se outros cinco no banco de suplentes. Não há outra forma de ver as coisas tendo em conta as evidências demonstradas dentro do relvado.
Mais uma vez, a eleição do melhor onze do Diário de Leiria contou com o contributo e votação da maioria dos treinadores da Divisão de Honra e dos nossos colaboradores do Desporto. Em relação à época transacta, apenas João Mocheco e Pedro Faustino repetem a presença no lote dos melhores. Confira então o melhor onze (mais suplentes).

João Mocheco (GRAP)
Pelo segundo ano consecutivo, o GRAP regista a defesa menos batida do campeonato e muito se deve ao trabalho desenvolvido por João Mocheco entre os postes. Determinante em muitos jogos, nomeadamente ao defender pontapés de penálti, Mocheco mostrou que aos 25 anos continua a ‘crescer’ numa carreira que começa a pedir outros voos, em campeonatos mais exigentes e com maior visibilidade.

Vincent (SC Pombal)
O lateral direito Vincent, de apenas 19 anos, foi uma das surpresas do campeonato ao impor-se no 11 dos leões de Pombal, imprimindo velocidade e critério na ala direita, para além de garantir segurança defensiva. O defesa camaronês tem ainda uma margem de progressão muito grande o que não passou despercebido do Marinhense que o contratou.

Farruba (AD Portomosense)
Rúben Pereira, mais conhecido por Farruba, voltou ao seu melhor nível numa época em que foi determinante no eixo defensivo do Portomosense, não só pelo seu conhecimento do jogo ao nível táctico, mas também pelos níveis de concentração que apresentou jogo após jogo, tornando-se uma referência para os colegas de equipa. Aos 30 anos, Farruba deu mais uma demonstração de qualidade.

Luís Oliveira (AC Marinhense)
Foi dos mais regulares no eixo defensivo do Marinhense, isto apesar da constante rotatividade naquele sector. Falamos de Luís Oliveira que, com 25 anos, mostrou-se ao mais alto nível, marcando golos importantes, mas, acima de tudo, confirmou todo o seu potencial no sector defensivo onde foi imperial, nomeadamente no futebol aéreo. Depois de uma experiência pouco conseguida no Campeonato de Portugal, Luís Oliveira mostrou estar mais bem preparado para os próximos e exigentes desafios.

Zé Pedro (AC Marinhense)
A sua permanência no Marinhense foi estranha para quem estava habituado a jogar a um nível superior. Na distrital, Zé Pedro (26 anos) destacou-se dos demais, a actuar como lateral esquerdo com forte pendor ofensivo. Por isso mesmo, foi autor de diversos golos, principalmente de bola parada, mas também de assistências para golo.

André Sousa (AC Marinhense)
Depois de vários anos a jogar a um nível mais alto, André Sousa, de 32 anos, deu um passo atrás para dar dois à frente. Fez da sua experiência e capacidade de preencher espaços as suas principais armas, sendo um dos principais responsáveis pelo equilíbrio da equipa. Patrão.

Caio Prado (GRAP)
Após vários anos no futebol português onde deixou a sua marca de qualidade, o médio brasileiro de 24 anos mostrou que ainda tem muito para dar. Foi um esteio no meio-campo do GRAP, imprimindo uma intensidade na recuperação da bola pouco vista ao nível da distrital. Voltou a mostrar que merece estar a um nível mais alto.

Pedro Faustino (AC Marinhense)
Depois de ter registado uma boa época ao serviço do SCL Marrazes, Pedro Faustino voltou a mostrar-se ao mais alto nível esta época, desta vez ao serviço do Marinhense. A jogar preferencialmente como organizador de jogo ofensivo, teve a oportunidade de mostrar toda a sua capacidade técnica e inteligência em prol do colectivo. Aos 26 anos vai dar o salto para o Caldas num patamar que Pedro Faustino já justificava, tratando de um talento com enorme potencial.

Dany Marques (GRAP)
Depois de mostrar qualidade ao serviço da Académica e do Fátima, Dany Marques mostrou esta época o porquê de ser um jogador diferenciado. Com uma técnica individual refinada, Dany foi sempre o elo mais desequilibrado da sua equipa, mostrando grande qualidade em todas as suas acções.

Salvadore Sulçe (CC Ansião)
Não é um jogador vistoso, longe disso. Não é alto e nem é ponta de lança puro, mas marca que se farta. Aliás, foi o melhor goleador da Divisão de Honra – 28 golos – mostrando muita frieza na finalização e inteligência nas movimentações dentro da área. Matador.

Pedro Emanuel (AC Marinhense)
O que dizer de um avançado que, aos 38 anos, marca 26 golos numa época marcada por uma série de lesões? Mais uma temporada de sacrifício, mas em que espalhou toda a sua qualidade e frieza, mostrando que é um dos melhores finalizadores do distrito.

BANCO DE SUPLENTES:
João Guerra (AC Marinhense)
Fred Machado (AC Marinhense)
André Amores (GDR Boavista)
André Félix (GD Guiense)
Rúben Coelho (AC Marinhense)
Rúben Martins (AC Marinhense)
João Paulo (AC Marinhense)

JOGADOR REVELAÇÃO
André Amores (GDR Boavista)
Na sua primeira época como sénior, o defesa central algarvio surpreendeu tudo e todos ao afirmar-se com grande segurança ao serviço dos recém-promovidos GDR Boavista. Depois de duas épocas ao serviço da UD Leiria, André Amores, de 19 anos, provou que os leirienses fizeram bem ao emprestá-lo aos axadrezados onde fez uma época brilhante num clube com ambições modestas. Fez vários golos em lances de bola parada onde mostrou a sua capacidade de impulsão e inteligência na leitura de jogo. Tem tudo para continuar a crescer já que o potencial é enorme.

Melhor treinador: Marco Aurélio (AC Marinhense)
A escolha só poderia recair em Marco Aurélio, já que foi ele que levou o ‘seu’ Marinhense à conquista do Campeonato, da Taça e da Supertaça, ou seja, ganhou tudo o que havia para ganhar. Com maior ou menor brilhantismo, a verdade é que cumpriu todos os seus objectivos para a época.

Texto: José Roque – Diário de Leiria