O AC Marinhense recebeu e venceu o Beira-Mar por 4-3 e infligiu a primeira derrota da época ao então líder. Assistiu-se a uma partida muito disputada e emotiva, na qual a equipa da capital do vidro encetou uma fantástica reviravolta, com três golos em cinco minutos, e no segundo tempo soube sofrer para arrancar a ferros uma preciosa vitória.
O Beira-Mar entrou melhor e, fruto de um futebol rápido e extremamente ofensivo, dominou os minutos iniciais. Por outro lado, a equipa da casa nunca tirou os olhos da baliza adversária e, através de venenosos contra-ataques, fazia chegar o perigo à baliza de Miotti.
Com maior pendor ofensivo, o primeiro golo dos forasteiros surgiu com naturalidade através de um canto batido por Fábio Vieira ao qual Yannik Semedo deu o melhor seguimento.
O golo não afectou o Marinhense que continuou muito agressivo mas os aveirenses era mais acertivos e Aparício, com a colaboração do guardião Mosquera, aumentou a vantagem dos visitantes.
A formação de Ricardo Sousa tinha a vitória no bolso, abrandou o ritmo de jogo a seu belo prazer e convenceu-se que o estatuto de líder faria o resto. Puro engano! Do outro lado estava um Marinhense ferido pela injustiça do marcador, arregaçou as mangas e fez o que poucos pensariam ser possível.
Em cinco minutos a formação de Andrés Madrid provocou um verdadeiro furacão marcando por três vezes. Primeiro foi Ruben Martins com um cabeceamento de rompante. Seguiu-se André Perre que, com classe, respondeu a um centro da direita e igualou o resultado. Depois foi a vez de Leandro Antunes – que grande exibição – que além de sofrer a grande penalidade provocada pelo guardião forasteiro tambem a converteu… irrepreensivelmente.
Na segunda parte, o Beira-Mar alargou a sua frente de ataque, mas o Marinhense cerrou os dentes e encarou de frente as investidas do adversário. Contudo, a situação complicou-se quando o Marinhense passou a jogar em inferioridade por expulsão de Saya. O jogo entrou então numa toada frenética, com o Marinhense, de novo de bola parada a fazer a diferença, com Rúben Martins a dar o melhor sequência de um livre de André Perre. Pouco depois, foi Aparicio quem também bisou para os averirense (4-3) deixando a incerteza até ao final .
Nos últimos instantes até foi o Marinhense quem ficou mais perto de marcar quando Ednilson levou a bola ao ferro da baliza aveirense.
O trio de arbitragem não teve influência no resultado, mas a expulsão de Saya pareceu-nos exagerada.|

AC Marinhense 4
Jair Mosqueira, Ruben Martins, Luís Oliveira, Oidel, Ricardo Ferreira, André Sousa (c), Abdel (Ednilson, 79′), Saya (Elton, 88′), Jean Sinisterra (Bernardo Lopes, 90+6′), André Perre, Leandro Antunes .
Não jogaram: João Guerra, Edgar, Adelaja, Pedro Emanuel.
Treinador: Andrés Madrid.

SC Beira-Mar 3
Miotti, João Nogueira (Cicero, 66′), Edgar Almeida, Isaac (Artur, 54′), Rodolfo, Fábio Vieira (Adson, 75′), Yannik Semedo, Rui Sampaio (c), João Caminata, Cissé, Pedro Aparício.
Não jogaram: Carvalheira, Breda, Frank, Boateng.
Treinador: Ricardo Sousa.

Estádio Municipal da Marinha Grande
Árbitro: Diogo Coelho (AF Lisboa).
 Assistentes: Joel Almeida e Ricardo Franco.
Espectadores: 250.
Ao intervalo: 3-2.
Golos: 0-1 Yannik Semedo (15′); 0-2 Aparício (30′); 1-2 Ruben Martins (38′); 2-2 André Perre (42′); 3-2 Leandro Antunes (43′, p.); 4-2 Ruben Martins (71′); 4-3 Aparício (77′).
Disciplina: Cartão Amarelo a Miotti (43′), Saya (56′); Rodolfo (56′), Fábio Vieira (74′), Luis Oliveira (79′). Vermelho directo a Saya (67′).

Texto: Paulo Daniel – Diário de Leiria