O jogo grande da 13.ª jornada da Divisão de Honra LizSport não defraudou as expectativas e teve um pouco de tudo: emoção, incerteza no resultado, decisões polémicas de arbitragem e golos para todos os gostos. Tudo isto polvilhado por um espectáculo de futebol que esteve longe de ser brilhante, mas que teve o mérito de entreter os espectadores que encheram por completo a bancada no campo da Charneca.
A vitória do GRAP por 3-2 acaba por se ajustar, contudo o jogo ficou condicionado pela expulsão precoce de um jogador visitante, o que acabou por mudar por completo o figurino da partida. Ainda assim, a tur­ma de Porto de Mós, mes­mo em inferioridade, nunca abdicou de chegar à baliza contrária e esteve mesmo muito perto de ‘bater o pé’ ao GRAP, equipa que só chegou à vitória em cima do minuto 90 e aproveitando as debilidades defensivas dos visitantes.
Apesar de todas as expeta­ctivas em redor do jogo, a verdade é que a primeira parte foi muito pobre, não só no futebol praticado, mas também pela escassez de oportunidades de golo. Com as duas equipas com a lição muito bem estudada, não havia espaços para haver desequilíbrios e o que sobressaiu do primeiro tempo foi mes­mo a facilidade com que o árbitro da partida começou a distribuir cartões amarelos sem qualquer critério, acabando também ele por contribuir para o pobre espectáculo de futebol. Fruto desse critério, aos 22’, Igor Cambraia viu o segundo amarelo e deixou o Portomosense em desvantagem numérica.
A partir daqui, o GRAP assumiu naturalmente as despesas do jogo, contudo a primeira oportunidade de golo só surgiu aos 38′, quando Vieirinha cruzou da esquerda e Cédric, de primeira, atirou muito perto do poste. Já em cima do intervalo, os jogadores do GRAP ainda festejaram um golo após um livre de Vieirinha, mas o lance foi prontamente anulado por fora-de-jogo.
Se a primeira parte acabou por ser um longo bocejo, o segundo tempo foi o oposto, com constante parada e resposta. Até foi o Portomosense quem começou o jogo de forma mais acutilante, mas foi o GRAP quem chegou ao golo na sequência de um canto em que Migas, à boca da baliza, cabeceou para o golo inaugural. A partir daqui, o Portomosense mexeu em algumas peças do seu ‘xadrez’, mas continuou a ser o GRAP a equipa mais perigosa com Luisito, num remate de longa distância, a proporcionar a defesa da tarde a Aydhan.
Um pouco contra a corrente do jogo o Portomosense chegou ao golo após um lançamento lateral e uma bela jogada de combinação em que Hugo Romana serviu Rica na área, com o médio a rodar e a atirar enrolado para o golo do empate (1-1). Um golo que Rica festejou, pedindo ao mesmo tempo desculpa aos adeptos da equipa que representou durante três temporadas.
A resposta do GRAP não tardou com Vieirinha a encontrar espaço na esquerda e a cruzar rasteiro para o coração da área onde apareceu Dany Marques a rematar, com Alex Silvério a tentar o corte mas só conseguiu confirmar o golo que colocava a formação dos Pousos novamente em vantagem.
Pensava-se que o ‘assunto’ estaria resolvido, mas com o passar do tempo o Portomosense foi conseguindo ‘crescer’ no jogo e chegou ao empate na sequência de um canto batido de forma tensa por Alex Silvério com Afonso Feteiro a dominar na área e a atirar forte para um golo de belo efeito.
Quando já poucos acreditavam, em cima do minuto 90 deu-se o ‘golpe de teatro’, com o GRAP a chegar à vitória na sequência de um livre batido para a área por Alexandre Cruz, com o recém-entrado Francisco Reis, incrivelmente solto de marcação no coração da área, a corresponder com um cabeceamento certeiro para o 3-2 final.
A arbitragem de André Mendes foi desequilibrada. Se no aspecto técnico esteve a um nível aceitável, acabando por decidir bem nos lances capitais, no aspecto disciplinar foi execrável, mostrando falta de critério e falta de capacidade de ‘ler’ o jogo, acabando por estragar o espectáculo. |

GRAP 3
Mocheco, Lagoa (Alexandre Cruz, 16′), Lomba, Fábio Martins, Vieirinha, Migas, Fábio Pedro, Luisito, Pedro Domingues (Francisco Reis, 89′), Dany Marques, Cédric (Marcos Vareta, 71′).
Não jogaram: Rui Pedro, Pedro Manso, Gabriel, Rodolfo.
Treinador: Marco Aurélio.

AD Portomosense 2
Aydhan, Ilyas, Alex Trindade, Zé Vitor, Alex Silvério, Igor Cambraia, Hugo Romana (Rodrigo Rivas, 74′), Rica, Lico (Farruba, 54′), Miguel Velosa, Afonso Feteiro (Kiko, 88′).
Não jogaram: Caio, Caracol, Tiago Lúzio, Filipe Santiago.
Treinador: Pedro Solá.

Campo da Charneca, Pousos
Árbitro: André Mendes.
Auxiliares: David Santos e Rúben Anjos.
Espectadores: 300. Ao intervalo: 0-0
Golos: 1-0 Migas (53′), 1-1 Rica (61′), 2-1 Dany Marques (69′), 2-2 Afonso Feteira (78′), 3-2 Francisco Reis (90′).
Disciplina: Amarelo a Pedro Domingues (12′), Vieirinha (18′), Igor Cambraia (19′ e 22′), Cédric (19′), Lico (32′), Lomba (45′), Rodrigo Rivas (81′), Alexandre Cruz (81′), Fábio Pedro (84′). Vermelho directo a Caracol (89′), do banco.

Texto: José Roque – Diário de Leiria
Foto: Vítor Santana