O treinador do GD Santo Amaro teceu duras críticas após o final do jogo de quinta-feira à noite, a contar para a 12.ª jornada da série B da 1.ª divisão distrital, que ditou uma derrota por 3-0 diante do Matamourisquense, equipa que, assim, garantiu matematicamente a presença na segunda fase da competição.
Para além de ter atacado duramente a arbitragem, Paulo Santos referiu que há clubes que não estão a cumprir os regulamentos e, como tal, apelida o campeonato de “uma farsa”.
“Há uma situação que está a aconteceu no futebol distrital, desde que começou a segunda volta. Há equipas a utilizarem jogadores irregularmente. A Associação [de Futebol de Leiria] tem lá essa situação para resolver e ainda não resolveu nada. Este campeonato para mim tem sido uma farsa”, disse o técnico em declarações à web rádio Onda Certa, acrescentando que só será treinador do GD Santo Amaro “até ao dia 20”, altura em que termina a primeira fase. “Se a Associação [AF Leiria] não resolver esta situação dificilmente me voltam a apanhar no futebol, principalmente nesta Associação e na forma como estão a trabalhar”, vincou.
Questionado em concreto ao que se referia, Paulo Santos alegou o ponto 24.8 do comunicado n.º 1 da AF Leiria. “Vejam o que está lá escrito. Podem arranjar os regulamentos todos que quiserem, mas está lá escrito e bem explícito e há equipas que não estão a cumprir. O campeonato está falseado, está uma autêntica fachada, essencialmente a partir da segunda volta. Façam o que quiserem. A paixão que tinha pelo futebol vou perdendo. (…) Agora percebo por que é que as equipas vão para o Inatel”.
O Futebol Distrital de Leiria foi consultar o referido ponto do comunicado a que se refere Paulo Santos e no mesmo pode ler-se o seguinte: “No escalão de juniores de futebol, cujas equipas participem no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, da AF Leiria, poderão os clubes utilizar até ao máximo de 4 jogadores de sub‐20, sendo que o interregno para estes jogadores é de 48 horas”.
Tendo em conta estas acusações, Paulo Santos frisa que a AF Leiria, desde a saída do João Rocha, “perdeu muita qualidade a nível organizacional, ao nível das respostas, mete em risco as competições e brinca” com os clubes. “Posso ser feio ou parvo, mas não sou palhaço nem hipócrita. Andar aqui para ser enxovalhado não dá. Chega”, rematou.
O desgaste do técnico do GD Santo Amaro está igualmente relacionado com as arbitragens. E o jogo frente ao Matamourisquense foi mais uma gota que fez encher o copo. “Houve jogo até aos 20 minutos, [depois] jogámos contra 14, principalmente contra 13. O primeiro golo é fora-de-jogo, o segundo golo] é fora-de-jogo porque a bola é jogada para a frente, no terceiro golo o jogador entra na área com a mão no chão e faz penalti”, disse.
E acrescentou: “Fomos a Albergaria [dos Doze] e foi a roubalheira que foi, jogámos com o Carnide e foi o que foi e jogámos hoje [ontem] e foi o que foi. […] Com tudo isto foram nove pontos que fazem falta. De qualquer maneira nós vamos passar à 2.ª fase”.
Paulo Santos referiu ainda que o GD Santo Amaro tem tido “azar com os árbitros”. “O que aconteceu é que somos sempre prejudicados, especialmente fora [de casa]. Não nos deixaram jogar, condicionaram-nos a partir de certa altura e assim não vale a apena andar no futebol. Eu não estou para isto. Ainda não ganhámos um jogo fora, devemos ser efectivamente muito fraquinhos. […] Em Carnide houve um árbitro que cometeu um erro técnico em que faz uma substituição em que entra um jogador e não sai nenhum. O Santo Amaro ficou sem dois pontos, eles continuaram a jogar e na jornada a seguir [os árbitros] estão a apitar jogos da Divisão de Honra”, concluiu.
O técnico estranhou ainda que o facto de o jogo frente ao Matamourisquense tivesse sido marcado para o dia 10, quando o Carnide, equipa que ainda tem aspirações a alcançar a segunda fase, assim como o Santo Amaro, só vai disputar a sua partida em atraso no dia 18 de Fevereiro.
Texto: José Roque
Vídeo: Rádio Onda Certa.