O treinador do Mirense, Hélio Santos, apresentou pela segunda vez esta temporada um pedido de demissão à direção do Mirense. Presidente do clube alega insatisfação da equipa técnica relacionada com um arranque de temporada com «a casa às costas», com a lesão do capitão Diogo Caetano e com a falta de compromisso de alguns atletas.
Foi através de uma nota emitida este sábado nas redes sociais que a União Recreativa Mirense deu conta do fim do vínculo do treinador da equipa principal de futebol. Contactado pel’O Portomosense, o presidente do clube, Manuel Balela, explicou que os motivos por detrás desta decisão se prendem com a insatisfação da equipa técnica «devido a determinadas situações, como foi o caso das obras no campo, que nos obrigaram a andar com a casa às costas». Segundo o responsável, este entrave começou, desde cedo, «a causar desgaste e alguma intranquilidade à equipa técnica», mas Balela garante que sempre deu «a cara», procurando «nunca faltar com nada».
Um outro motivo apontado pelo presidente do Mirense para o fim desta relação prende-se também com a lesão do capitão Diogo Caetano: «A partir do momento em que ele se lesiona, senti que não tínhamos liderança no balneário nem dentro do campo. E resultados menos conseguidos aqui e ali causaram desgaste… O treinador começou a perceber que era difícil alcançar os objetivos. E foi uma série de situações que acabaram por culminar nesta demissão». A juntar a isto, também «a falta de compromisso de alguns jogadores o deixou insatisfeito. Eu próprio notava que ele já não vinha com a mesma satisfação para Mira de Aire e mesmo com os jogadores já havia algumas coisas que eles não estavam a entender bem e pronto, foi o melhor, só lhe desejo boa sorte e o Mirense vai continuar». refere.

Hélio Santos já tinha apresentado um pedido de demissão esta temporada
Ao nosso jornal, Manuel Balela confirmou que esta não foi a primeira vez que o técnico pediu para sair. «Ele já tinha pedido a demissão no ano passado e eu não aceitei. Pedi calma, pedi que esperasse porque as coisas iam melhorar e [disse] que ia tentar reforçar o plantel dentro das capacidades do Mirense. Acho que temos um plantel com muita qualidade. São 28 jogadores inscritos e acho que temos muitas e boas soluções. Mas a lesão do Diogo foi, quanto a mim, o que o ajudou a tomar esta decisão porque começou-se a reparar que não havendo ninguém que fizesse a ligação entre a equipa técnica e a equipa as coisas iam começar a quebrar», reforçou.
Não excluindo falhas próprias por estar no cargo «há menos de um ano» mas garantindo que se encontra «numa fase de aprendizagem» e repetindo que «o Mirense continua e há-de continuar», Balela confirma que já está a encetar negociações para substituir Hélio Santos. «Já contactei dois ou três treinadores que me disseram que para o Mirense estão sempre disponíveis para conversar. Vamos tentar fazer o melhor possível até ao fim da época. São coisas normais, que acontecem em todo o lado. E até terça-feira já penso que terei alguém para treinar», rematou.
Na Série B da 1.ª Divisão, o Mirense é neste momento quarto classificado com 17 pontos conquistados ao longo de 11 jornadas e está a 9 pontos do pódio.
O próximo jogo do Mirense está agendado para o próximo dia 28 de janeiro, pelas 15 horas, frente à Maceirinha. Esta contenda marcará a estreia da nova equipa técnica.

Luís Vieira Cruz – Jornal Portomosense