Miguel Rebelo assinou pelo Moreirense e vai jogar a segunda metade da temporada na 1ª Liga. O jovem polivalente que se destacou na última época e meia na equipa principal do Caldas dá um grande salto na carreira, tendo o clube alvinegro garantido compensação financeira pela saída do jogador, que tinha contrato por mais duas épocas e meia.
“Foi um passo muito bom, graças a toda a gente no Caldas, ajudaram-me muito a crescer, tanto como pessoa, como a nível profissional”, disse Miguel Rebelo à Gazeta das Caldas.
O médio surgiu como um dos destaques do Caldas na temporada passada, vindo da equipa de juniores e de uma recuperação impressionante após ter sofrido um grave acidente. Agora não quer ficar por aqui e aponta a receita. “Já tinha dito que o meu objetivo principal era a chegar à 1ª Liga e consegui, agora é trabalhar mais e mais”, diz.
Apesar de ter esse objetivo de chegar aos maiores palcos do futebol português, Miguel Rebelo não esperava que tivesse acontecido já nesta fase, quando cumpre a segunda temporada de sénior. “Não tinha isso na cabeça, mas acho que foi fruto do trabalho e, agora, é continuar, como eu digo sempre, a trabalhar no limite”, aponta.
É que, mesmo atingindo um dos seus objetivos como futebolista, Miguel Rebelo tem mais ambição. Quer afirmar-se no clube de Moreira de Cónegos, atual sexto classificado da Liga e, depois, o céu é o limite. “Talvez chegar à seleção nacional e jogar na Liga dos Campeões. O que vai na minha cabeça é querer sempre mais, o máximo que puder ser”, remata.
De saída após sete temporadas no Caldas, ao qual chegou, vindo do Beneditense, com 13 anos, acredita que jogar a Liga 3 com o Caldas em muito contribuiu para dar este salto. “É um campeonato muito competitivo, com muita qualidade”, afirma. E acredita, também, que a sua saída será, também, positivo para o clube e para os jovens da formação. “Acho que é muito bom para o Caldas, especialmente para a formação, porque há muita qualidade aqui e os jovens podem perceber que, com trabalho, podem ser eles os próximos”, observa.
Para a equipa do Caldas, perder um jogador importante a meio da época pode ser difícil, mas é, acima de tudo, “um orgulho”. É assim que José Vala, técnico que Miguel Rebelo convenceu nos trabalhos de pré-temporada da época passada. “Queremos que ele que ‘voe’, que seja feliz, porque tem muitas condições, sendo as maiores a capacidade de trabalho e a humildade”, disse o técnico.
A saída de Miguel Rebelo pode abrir espaço para que outros jogadores do plantel possam emergir. “O Evandro estava um pouco tapado pelo Miguel, apareceu a fazer um excelente jogo”, disse. “O Miguel chegou dos juniores, se calhar com poucas expectativas, e foi ele o responsável por tê-las criado. Vai fazer falta, mas pesando os pratos da balança, é a melhor opção para ele e para o clube”, completou o técnico, que gostava de ter oportunidade de poder ajudar outros jovens a dar o salto que Miguel Rebelo agora deu.
Também Jorge Reis, presidente do Caldas, fala em orgulho do que foi o percurso do atleta no clube, e do que significa para a formação do Caldas esta transferência. “É um exemplo para o resto da formação. De resto, ele sempre foi um exemplo, pelo que passou de há três anos para cá com o acidente, e foi recompensado”, disse.
O clube garantiu uma compensação financeira, cujos valores estão protegidos por acordo de confidencialidade entre os dois clubes, mas Jorge Reis refere que, também a esse nível, a transferência é importante para o clube, “que vive de receitas extra”.

Joel Ribeiro – Gazeta das Caldas