Wilson Estrela está de regresso ao Nazarenos depois de treinar o clube durante a primeira metade da época passada. O técnico fala do que espera para a próxima temporada na Divisão de Honra distrital, dos reforços e sobre a carreira do irmão.
Região de Cister (RC) – A subida do Ginásio e do Beneditense facilitam um pouco a vida do Nazarenos na Divisão de Honra?
Wilson Estrela (WE) – Penso que não. Não vejo nenhuma razão para que o Nazarenos possa beneficiar com isso. São apenas alguns pontos durante a época, na teoria não muda muito.
RC – Durante os meses que trabalhou como técnico, o Nazarenos teve a melhor defesa do campeonato e venceu o Ginásio na casa do rival. Qual destes dois feitos lhe deu mais prazer?
WE – Nem um nem outro. O mais importante era fazer um campeonato tranquilo. Até àquela altura estávamos a conseguir cumprir os objectivos, que era preparar o Nazarenos para uma fase de transição e fazer um campeonato tranquilo. Jogámos com muitos jogadores da formação e queríamos era que eles entrassem numa nova realidade sénior. Muitos deles nem sequer tinham participado nessa realidade. Queríamos que eles crescessem como jogadores mas também como homens. E isso foi cumprido. O próprio Bruno Vidinha foi um desses casos. Evoluiu como homem e futebolisticamente.
RC – A política de apostar nos jovens é para continuar na época que se avizinha?
WE – Daquilo que me foi dado a entender e pelo que já falei com a Direcção, não podemos fugir muito desta filosofia. Todos sabem que financeiramente não temos muita margem de manobra, tal como acontece a todos os clubes desta divisão. E felizmente nos últimos anos esta política tem dado sucesso. Posso dar dois exemplos recentes: o Tiago Lopes e o Bruno Vidinha. Acabaram por seguir para outros clubes, o que demonstra que o trabalho destes jogadores tinha qualidade. E nós também gostámos de chegar ao final do ano com as contas em ordem, por isso temos que seguir esta filosofia.
RC – Este ano o Nazarenos assume-se como um dos candidatos à subida?
WE – Nem pouco mais ou menos. Quem pensar assim pensa erradamente. O Nazarenos vai partir com os mesmos objectivos que o ano passado que é ficar perto dos seis primeiros lugares. Tenho que fazer acreditar a este grupo de trabalho que é possível fazer coisas boas. Mas é claro que, com o desenrolar do campeonato, se virmos que estamos próximos da liderança, aí podemos lutar pelo título. Mas só nesse caso.
RC – Como vê a carreira do seu irmão, Walter? Sente-se orgulhoso?
WE –  Claro que sim. Espero sinceramente que ele continue a subir. Em termos de carreira quem me dera ter já os títulos que ele tem… Fico muito satisfeito por ele crescer com passos curtos e bem dados. Sei do que ele é capaz, que é uma pessoa ambiciosa, humilde e gente séria. Ele não fica a viver do passado e a recordar o que já ganhou, mas sim do que pode vir a ganhar. Foi esta educação que os nossos pais nos deram.
Entrevista concedida ao Jornal Região de Cister de 11/8/2011. Pode ver a entrevista completa na edição impressa do jornal.